Já ouvi dizer que a grama não é mais verde no quintal do seu amigo; é mais verde onde você rega. O mesmo vale para nossa vida espiritual. Se quisermos crescer, devemos regar nossa vida espiritual com disciplinas.
Isso costumava me estressar porque a palavra disciplina não soa divertida ou criativa. Soa francamente pedestre. Mas hábitos? Isso parece realizável.
Ao olhar para trás, para as vezes em que mais cresci, percebo que cresci em tempos de hábitos espirituais surpreendentes.
Esses sete hábitos não são seus típicos, e você pode se surpreender com o quão refrescantes e rejuvenescedores eles se tornarão em sua vida diária.
1. Pequena Obediência
Vivemos em uma cultura gigantesca, sempre tentando nos unir, ir maior e melhor. Espetacular é o que perseguimos e, nessa busca, o mundano fica em segundo plano.
No entanto, Jesus nos diz: “Se sois fiéis nas pequenas coisas, sereis fiéis nas grandes. Mas se você for desonesto nas pequenas coisas, não será honesto com maiores responsabilidades” (Lucas 16:10, NTLH).
A forma como obedecemos durante as pequenas coisas determina a trajetória do nosso crescimento. O crescimento não vem apenas pelo conhecimento. Podemos conhecer um monte de mandatos teológicos e ser bem versados nas Escrituras, mas sentir falta de Jesus.
Jesus disse aos fariseus uma declaração alarmante: “Vocês estudam diligentemente as Escrituras porque pensam que por elas possuem a vida eterna. Estas são as Escrituras que testificam a meu respeito, mas vocês se recusam a vir a mim para ter vida” (João 5:35-40).
O verdadeiro crescimento vem na obediência não decorada a Jesus – em perceber que somente Ele dá vida, valor e esperança. Quando nos disciplinamos a viver para Sua fama e não para a nossa, encontramos grande alegria em obedecê-Lo, não importa quão insignificante seja a tarefa.
O hábito é este: dizer sim aos pequenos.
2. Sigilo
Outros nos observam, e às vezes as pessoas nos recompensam pelo que fazemos, mas os maiores dons vêm do Senhor em segredo. Você pode fazer um estudo sobre o Deus dos segredos.
Em minha incursão pela Bíblia, encontrei um tesouro de versículos:
- Ele nos pede para orar e dar em segredo (Mateus 6:3-6).
- Ele nos confia Seus segredos quando O reverenciamos (Salmo 25:14).
- Ele nos protege das palavras duras de outras pessoas (Salmo 31:2).
Eu aprecio especialmente o que Deus faz quando sentimos que ninguém nos entende ou que nossa dor é muito grande. Deus nos dá tesouros em tempos sombrios.
“Eu lhe darei tesouros escondidos na escuridão – riquezas secretas. Farei isso para que saibais que sou o SENHOR, o Deus de Israel, aquele que vos chama pelo nome” (Isaías 45:3, NTLH).
Servimos a um Deus que discerne e compreende nossos segredos. Ele nos vê quando pensamos que ninguém se importa. E Ele recompensa nossa confiança nesse ver. Este não é um hábito fácil de cultivar, mas nos ajuda a nos tornarmos mais pacientes.
3. Criatividade
Seguimos um Deus extremamente criativo que faz animais incríveis, céus abertos, o cheiro de rosas, e você e eu. Cada um de nós é singularmente diferente. Não é surpresa que nos conectemos com Deus de maneiras diferentes?
Mas nos acomodamos em ritmos prescritos, “tempos tranquilos” e orações rotineiras, esquecendo que carregamos as marcas de nosso Criador.
O hábito da criatividade envolve seguir com afinco Deus fora da caixa de como poderíamos ter feito as coisas no passado. Em vez de fazer nossas orações, por que não escrevê-las? Ou pintar nossas petições? Ou criar uma colagem dos nossos sonhos, pedindo a Deus que os concretize?
Que tal escrever um salmo de lamento ou dar voz a uma antiga canção de adoração? Por que não passar do nosso quarto para a copa das árvores do lado de fora e experimentar o Criador na criação? Passar tempo com. Deus deve ser uma aventura revigorante, não um intervalo de tempo que você verifica.
Crie o hábito de ser criativo.
4. Perdão
A oração do Pai Nosso nos instrui a pedir a Deus que nos perdoe da mesma maneira que perdoamos aos outros. Aprender a perdoar e seguir em frente é um dos hábitos mais difíceis que podemos cultivar. Por que? Porque a nossa natureza é segurar uma ofensa.
Gravitamos em torno do julgamento e da retidão. Quando alguém que deveria ser punido permanece impune, sentimos que é nosso trabalho decretar o julgamento – por nossa amarga falta de perdão.
Agarrarmo-nos às ofensas ao ponto de as enroscarmos diante dos nossos inimigos só nos torna miseráveis. E isso prova, de uma maneira redonda, que realmente não entendemos o perdão gigante de Deus sobre nós.
Temos uma montanha de ofensas entre nós e o Todo-Poderoso, mas nosso amigo tem uma montanha de ofensas entre nós. Por que é que podemos aceitar a montanha e não perdoar a toupeira?
Somos mais parecidos com Jesus quando perdoamos. Quando Ele se pendurou na cruz, Ele proferiu perdão para as mesmas pessoas que O colocaram lá. E porque Ele perdoou, Ele pode nos ajudar a perdoar.
Este não é um hábito fácil, mas vai revolucionar o seu coração e evitar a amargura.
5. Descanso
Recentemente, perguntei aos meus leitores do Facebook o que eles achavam que era o obstáculo número um para os cristãos modernos. De longe, o “vencedor” foi a ocupação. Corremos em uma esteira interminável de tarefas, acompanhando cada afazer.
E quando chegamos ao burnout, choramos e choramos. Nesse espaço, não podemos crescer. Só podemos lamber nossas feridas e pular de volta para a corrida de ratos.
É uma disciplina para descansar – confiar em Deus o suficiente para se abster de trabalhar, acreditando que Ele proverá para nós mesmo quando fizermos uma pausa. O crescimento espiritual nunca acontece com pressa. Ela prospera quando criamos o hábito de desacelerar, tomar o sábado, retirar-nos e ter espaço em nossas vidas para pensar e orar.
Infelizmente, vemos o descanso como um mal, e fugimos daquilo que Deus nos deu que nos fará crescer e nos manter saudáveis.
Somos como os israelitas que fugiram de suas forças. “Somente voltando a mim e descansando em mim você será salvo. Na quietude e na confiança está a vossa força, mas não teríeis nada disso” (Isaías 30:15, NTLH).
Como seria ter um hábito de descanso esta semana?
6. Cantar
Quando a vida fica estressante, nosso primeiro instinto é reclamar ou lamentar. Não é sempre que cantamos. Mas se criarmos o hábito de cantar nosso caminho através de nossas provações, encontraremos libertação e alegria. Davi escreveu: “Gritarei de alegria e cantarei os teus louvores, porque me resgataste” (Salmo 71:23, NTLH).
Temos muitos motivos para cantar. Deus nos resgatou das trevas em uma luz maravilhosa e incrível. Ele nos salvou de nossos pecados. Por isso, vamos cantar.
Quando escolhemos cantar e louvar a Deus, mesmo quando não temos vontade, introduzimos a gratidão em nossa agenda. Mudamos nossa perspectiva dos problemas ao nosso redor para louvar a Deus no meio.
Quando cantamos junto com nossas playlists de adoração, nos concentramos mais na adequação de Deus do que em nosso medo do que acontece a seguir e, nisso, crescemos.
A adoração é um hábito de virar, ajudando-nos a ressignificar nossa mágoa.
7. Céu
Você sabia que as pessoas na era do Novo Testamento eram consideradas ricas se tivessem uma mudança de roupa e não precisassem trabalhar para a próxima refeição? Diante disso, vivemos como reis e rainhas.
E nesse excesso, esquecemos que não fomos feitos para esta terra. Somos feitos para outro mundo, um lugar melhor. No entanto, costumamos trabalhar e construir nossos impérios aqui.
Paulo nos dá algumas palavras sóbrias quando fala sobre o fim dos tempos. Ele fala do fogo e do que fizemos na terra.
Se a obra sobreviver [ao incêndio], o construtor receberá uma recompensa. Mas se a obra for queimada, a construtora sofrerá grande prejuízo. O construtor será salvo, mas como alguém que mal escapa por um muro de chamas (1 Coríntios 3:14-15, NLT).
Não quero passar pela pele dos meus dentes. Estou cansado de obras centradas em Maria. Viver à luz do céu nos dá propósito todos os dias para examinar nossas obras, nossas escolhas e nosso estilo de vida à luz da grande glória que está por vir.
É um hábito sagrado pensar conscientemente no próximo mundo.
Nesses sete hábitos, encontrei alegria e liberdade surpreendentes. Convido-os a obedecer nas pequenas coisas, confiar em Deus nos lugares secretos, cultivar a criatividade, ousar perdoar, descansar quando a vida é caótica, cantar durante suas provações e considerar o céu através de tudo isso. Esses hábitos irão ajudá-lo a crescer de maneiras novas e surpreendentes.
Este artigo foi publicado originalmente em Christianity.com. Para obter mais recursos de construção da fé, visite Christianity.com.