Esquerdismo, Comunismo e a Violação dos Dez Mandamentos – Artigo @DrMFrank

Uma análise bíblica, histórica e cultural

Você já parou para pensar por que o esquerdismo moderno parece estar em constante guerra contra os valores cristãos? Por que ideologias progressistas atacam de forma sistemática a família, a igreja, a moralidade bíblica e a própria ideia de verdade objetiva? Quando colocamos essas ideologias lado a lado com a Lei de Deus — especialmente os Dez Mandamentos — surge um quadro inquietante: o esquerdismo entra em conflito direto com todos eles. Isso não é coincidência. É consequência lógica de uma cosmovisão antagônica à fé cristã.

Essa análise não surge do nada. Há alguns anos, conteúdos como os do pastor Jamie Benberck ajudaram muitos cristãos a perceber que o conflito entre cristianismo e esquerdismo não é apenas político, mas teológico e moral. Quando entendemos isso, a confusão cultural do nosso tempo passa a fazer sentido.

A seguir, examinamos os Dez Mandamentos um a um, demonstrando como as ideologias de esquerda — especialmente aquelas influenciadas pelo marxismo clássico e cultural — entram em choque direto com a Lei de Deus.

1º Mandamento — “Não terás outros deuses diante de mim” (Êxodo 20:3)

O primeiro mandamento estabelece a supremacia absoluta do Deus verdadeiro. Nenhuma outra autoridade pode ocupar o lugar que pertence exclusivamente a Ele.

O esquerdismo viola esse mandamento ao substituir Deus pelo Estado. No socialismo e no comunismo, o Estado assume atributos quase divinos: ele tudo vê, tudo sabe, tudo provê e tudo resolve. Educação, saúde, renda, identidade, moralidade — tudo passa a ser mediado pelo poder estatal.

Karl Marx foi explícito ao afirmar que “a religião é o ópio do povo” (Crítica da Filosofia do Direito de Hegel). Sua cosmovisão era radicalmente materialista e ateísta. Para o marxismo, se Deus existe e possui autoridade suprema, o Estado jamais poderá ter poder absoluto. Por isso, o cristianismo é incompatível com o marxismo.

Como escreveu Robert Knight, “debaixo do socialismo não há espaço para Deus”. Não é surpresa que regimes socialistas e comunistas tenham sido historicamente hostis à igreja. Onde o Estado se torna o salvador, Deus precisa ser removido.

“Ai dos que confiam no homem e fazem da carne mortal o seu braço” (Jeremias 17:5)

2º Mandamento — “Não farás para ti imagem de escultura” (Êxodo 20:4)

Este mandamento condena a idolatria. Embora existam manifestações visíveis — como murais, símbolos e figuras quase sacralizadas da política moderna — a violação mais profunda ocorre na idolatria do eu.

Quando Deus é rejeitado, o ser humano tenta ocupar o Seu lugar. A ideologia esquerdista moderna promove a ideia de que o indivíduo é autodeterminante, capaz de definir sua identidade, seu gênero, sua natureza e até a própria realidade.

A Bíblia afirma que o homem foi criado à imagem de Deus (Gênesis 1:27). A rebelião contra Deus, porém, tenta apagar essa imagem. A ideologia de gênero leva esse princípio ao extremo, promovendo a ideia de que o corpo deve se submeter à vontade subjetiva do indivíduo, mesmo que isso implique mutilação.

No fim, o ser humano passa a esculpir o seu próprio “deus”: ele mesmo.

“Trocaram a verdade de Deus pela mentira, adorando e servindo à criatura em lugar do Criador” (Romanos 1:25)

3º Mandamento — “Não tomarás o nome do Senhor teu Deus em vão” (Êxodo 20:7)

Tomar o nome de Deus em vão não se limita à blasfêmia verbal. Inclui atribuir a Deus aquilo que Ele condena ou distorcer Seus conceitos para justificar o pecado.

Isso ocorre quando denominações se dizem cristãs enquanto celebram práticas que a Escritura condena, como a imoralidade sexual e a ideologia de gênero. Também acontece quando conceitos bíblicos como “justiça” e “paz” são redefinidos para justificar caos social, vandalismo e revolução moral.

“Ai dos que ao mal chamam bem e ao bem, mal” (Isaías 5:20)

Historicamente, o marxismo cultural — conceito desenvolvido por Antonio Gramsci — defendeu que, para dominar o Ocidente, seria necessário destruir a influência do cristianismo por meio da cultura, da arte, da educação e da mídia. Hollywood, a música popular e a arte contemporânea refletem claramente essa estratégia.

4º Mandamento — “Lembra-te do dia de sábado para o santificar” (Êxodo 20:8)

Deus estabeleceu um padrão claro: seis dias de trabalho e um dia de descanso. No Novo Testamento, esse princípio se expressa no domingo, o Dia do Senhor, memorial da ressurreição de Cristo.

O progressismo viola esse mandamento de duas formas:

  1. Rejeitando o padrão divino de trabalho e descanso, ao tentar redefinir arbitrariamente a ordem criada por Deus.

  2. Substituindo o dia santo por “dias sagrados” ideológicos — meses, datas e celebrações políticas.

“Este é o dia que o Senhor fez; regozijemo-nos nele” (Salmos 118:24)

5º Mandamento — “Honra teu pai e tua mãe” (Êxodo 20:12)

O quinto mandamento é o fundamento da ordem social, pois estabelece a família como a primeira instituição criada por Deus antes do Estado, da igreja organizada e de qualquer sistema político. Honrar pai e mãe não é apenas uma virtude moral privada, mas um princípio público que sustenta a continuidade cultural, a transmissão da fé e a estabilidade da sociedade.

“Instrui o menino no caminho em que deve andar, e até quando envelhecer não se desviará dele” (Provérbios 22:6)

O esquerdismo entra em guerra direta contra esse mandamento ao minar a autoridade dos pais e transferir sua função educativa e moral ao Estado. Crianças e adolescentes são incentivados a ver seus pais como “opressores”, “retrógrados” ou “tóxicos”, especialmente quando discordam de pautas identitárias e morais.

Essa estratégia não é nova. Karl Marx e Friedrich Engels entendiam a família como um obstáculo à revolução. Engels escreveu abertamente contra o casamento monogâmico e defendeu a socialização da educação das crianças em A Origem da Família, da Propriedade Privada e do Estado. Para o marxismo, pais fortes geram filhos independentes do Estado — e isso é inaceitável.

A Bíblia, por outro lado, é clara:

“Filhos, obedecei a vossos pais no Senhor, pois isto é justo” (Efésios 6:1)
“Quem amaldiçoa seu pai ou sua mãe certamente morrerá” (Êxodo 21:17)

O feminismo radical, como braço ideológico do esquerdismo, também ataca esse mandamento ao rejeitar a liderança masculina, a autoridade paterna e o papel complementar entre homem e mulher. Não se trata de abusos — que a própria Bíblia condena —, mas da rejeição da ordem criada por Deus.

6º Mandamento — “Não matarás” (Êxodo 20:13)

O sexto mandamento protege a vida humana inocente, criada à imagem de Deus (Gênesis 1:27). Nenhuma sociedade pode reivindicar justiça enquanto relativiza o direito à vida.

O progressismo moderno promove o aborto como um “direito”, uma “escolha” ou uma questão de “saúde reprodutiva”. Contudo, a Escritura é inequívoca quanto à vida no ventre:

“Tu formaste o meu interior, tu me teceste no ventre de minha mãe” (Salmos 139:13)
“Antes que te formasse no ventre, eu te conheci” (Jeremias 1:5)

A ironia é profunda: o slogan “meu corpo, minhas regras” ecoa palavras sagradas ditas por Cristo na Última Ceia (“isto é o meu corpo”), mas é usado para justificar exatamente o oposto do sacrifício de Cristo. Jesus entregou Sua vida para salvar outros; o progressismo exige que outros morram para preservar desejos individuais.

Historicamente, isso está em perfeita harmonia com o comunismo. O século XX testemunhou mais de 100 milhões de mortos sob regimes comunistas, conforme documentado em O Livro Negro do Comunismo (Courtois et al.). Mao, Stalin, Pol Pot e Lenin trataram a vida humana como descartável em nome de uma utopia ideológica.

“Há caminhos que ao homem parecem direitos, mas o fim deles conduz à morte” (Provérbios 14:12)

7º Mandamento — “Não adulterarás” (Êxodo 20:14)

O sétimo mandamento protege o casamento como uma aliança sagrada instituída por Deus entre um homem e uma mulher.

“Por isso deixará o homem pai e mãe e se unirá à sua mulher, e serão ambos uma só carne” (Gênesis 2:24)

O esquerdismo, desde suas raízes, busca dissolver essa instituição. Engels defendia que o casamento monogâmico era uma construção burguesa opressiva. A revolução sexual dos anos 1960, fortemente influenciada por pensadores marxistas e freudianos, normalizou o adultério, o divórcio sem culpa e a promiscuidade.

Jesus reafirma o padrão original:

“O que Deus ajuntou não o separe o homem” (Mateus 19:6)

A redefinição do casamento, a banalização da infidelidade e a celebração da imoralidade sexual são violações diretas desse mandamento e produzem famílias fragmentadas, filhos feridos e sociedades instáveis.

8º Mandamento — “Não furtarás” (Êxodo 20:15)

Este mandamento estabelece um princípio essencial: a legitimidade da propriedade privada. Não se pode roubar aquilo que não pertence a alguém.

“Não cobiçarás a casa do teu próximo” (Êxodo 20:17)

O socialismo rejeita esse pressuposto e promove a redistribuição forçada da riqueza. Isso não é caridade; é roubo institucionalizado, legalizado por meio de impostos excessivos e coerção estatal.

A Bíblia alerta contra governos opressores. Em 1 Samuel 8, o profeta descreve um governo que tomaria 10% da produção do povo como algo abusivo. Hoje, muitos Estados exigem muito mais do que isso.

“O trabalhador é digno do seu salário” (Lucas 10:7)

A generosidade bíblica é voluntária, não compulsória. Quando o Estado assume o papel de redistribuidor moral, ele usurpa uma função que pertence ao coração regenerado — não à força da lei.

9º Mandamento — “Não dirás falso testemunho” (Êxodo 20:16)

O esquerdismo moderno é sustentado por narrativas que negam a realidade objetiva. Ideologias como a de gênero exigem que as pessoas neguem fatos biológicos, linguísticos e naturais.

Mais grave ainda: exige-se que todos participem da mentira sob ameaça de punição social ou legal.

“Conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará” (João 8:32)

Jesus também disse:

“Quando o diabo profere a mentira, fala do que lhe é próprio” (João 8:44)

Forçar linguagem neutra, pronomes ideológicos e slogans vazios é obrigar a sociedade a viver em falso testemunho permanente.

10º Mandamento — “Não cobiçarás” (Êxodo 20:17)

A cobiça é o coração do socialismo. A narrativa de que “os ricos têm demais” ignora mérito, risco, trabalho e criação de valor. A redistribuição forçada nasce da inveja moralizada.

“O amor ao dinheiro é raiz de todos os males” (1 Timóteo 6:10)

Além disso, o feminismo radical expressa cobiça pelo papel masculino — liderança, autoridade e provisão — rejeitando o desígnio complementar criado por Deus.

A primeira tentação da história foi exatamente essa:

“Sereis como Deus” (Gênesis 3:5)

Cobiçar aquilo que Deus não nos deu é repetir o erro do Éden.

Conclusão Final

À luz das Escrituras, da história e da própria lógica moral, fica evidente: o esquerdismo viola sistematicamente os Dez Mandamentos. Isso não é um acidente político, mas uma consequência inevitável de uma cosmovisão que rejeita Deus como autoridade suprema.

Cristãos precisam hoje de discernimento, coragem e fidelidade. Como ensinam Voddie Baucham, Rosaria Butterfield, George Grant e outros, a batalha não é meramente política — é espiritual.

“Os mandamentos do Senhor são perfeitos e restauram a alma” (Salmos 19:7)

Eles não são opressão, mas o caminho para o verdadeiro florescimento humano. @DrMFrank

@DrMFrank

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