O presidente da Estónia vai convocar um conselho de defesa, esta quarta-feira, para discutir a sabotagem russa. Funcionários estónios e peritos em segurança apelaram, ainda, a uma abordagem mais pró-ativa da UE para combater estes ataques.
As autoridades estónias estão a intensificar a luta contra as operações híbridas não militares da Rússia, incluindo os ciberataques, a interferência eleitoral e a desinformação, bem como os ataques contra os opositores do presidente Vladimir Putin.
De acordo com a agências internacionais, o presidente da Estónia, Alar Karis, vai convocar um conselho de defesa, esta quarta-feira, para discutir a sabotagem russa e a próxima cimeira de paz na Suiça.
Também o ministro da Defesa da Estónia, Hanno Pevkur, reforçou a importância do país báltico estar preparado para qualquer tipo de ataque.
“Todos nós compreendemos que estes ataques híbridos continuam a ser muito graves. Também temos de estar preparados para eles. Não importa se é um ataque cibernético, se é outro tipo de ataque, estamos preparados para isso e estamos a responder a isso. E a nossa mensagem sempre foi clara: neste território, na Estónia e em todos os aliados, estamos a controlar a situação e não permitimos que ninguém perturbe o nosso comportamento normal e a nossa sociedade normal”, disse Pevkur, citado pelas agências internacionias.
Várias pessoas detidas na Estónia acusadas de espionagem
Este ano, na Estónia, um professor universitário foi detido sob a acusação de espionagem a favor de Moscovo. Também outras 13 pessoas foram detidas após ataques alegadamente organizados pelos serviços secretos militares russos que operam sob disfarce diplomático, tendo voos entre a Finlândia e Tartu, a segunda maior cidade da Estónia, sido interrompidos devido à interferência russa nos sinais GPS.
Em outubro, um gasoduto e cabos de telecomunicações no mar Báltico ficaram danificados depois de um navio chinês ter arrastado a sua âncora durante mais de 185 quilómetros, num incidente que ainda está a ser investigado. O mesmo navio atracou mais tarde no porto russo de Arkhangelsk.
Estónia persegue “de forma agressiva” atividades de espionagem
A Estónia tem a reputação de perseguir, “de forma agressiva”, as atividades de espionagem e de as divulgar, apreendendo sistematicamente mais agentes russos per capita no país, que conta com 1,3 milhões de habitantes, do que outras nações europeias.
O antigo presidente da Estónia, Toomas Hendrik Ilves, que esteve no poder entre 2006 e 2016, disse à AP que alguns países não agem porque esperam voltar a fazer negócios com a Rússia.
Embora a Rússia seja acusada de ataques na Europa há décadas, os altos funcionários estónios e os peritos em segurança indicaram, segundo as agências internacionais, que não existe um mecanismo coletivo para lidar com eles. Para além disto, apelaram a uma abordagem mais pró-ativa por parte da União Europeia, de modo a combater estes ataques.